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quarta-feira, setembro 22, 2010

A oposição como ela é...



Reproduzo o que deve circular silenciosamente entre os bastidores políticos da campanha do artista Serra e seus aliados.

Do blog Poder on-line:

Guilherme Palmeira (DEM-AL): "Propaganda de Serra foi erro de primata"




O alagoano Guilherme Palmeira foi senador pelo PFL, presidente do Tribunal de Contas da União e chegou a ser candidato a vice-presidente da República na chapa do tucano Fernando Henrique Cardoso, mas acabou substiutuído por Marco Maciel.
Agora ele se diz  ”apenas filiado ao DEM por camaradagem com Jorge Bornhausen e Marco Maciel”. Mas é pai de um candidato a deputado federal pelo PSDB, Rui Palmeira, bem colocado nas pesquisas.
Pois bem, livre de amarras, Guilherme Palmeira põe a boca no mundo. Procurado pelo Poder Online, ele diz que não vê mais chances de José Serra se eleger. Culpa o próprio candidato, e as oposições:
– O José Serra foi durante a campanha aquilo que a gente já sabia dele: preparado, mas sem nenhum carisma;
– Agora só um milagre salva. Não vejo mais condições de ele vencer à Dilma;
– O Serra  imaginou que ia ser recepcionado pelas lideranças do país como uma espécie de salvador das oposições, mas essas lideranças ficaram esperando para ver o que ele tinha a oferecer. Nem ele deu às lideranças o que elas queriam, nem elas foram a seu encalço, como ele esperava;
– E ele cometeu um erro, na propaganda, que eu nem classifico como erro primário. Foi um erro de primata tentar esconder o Fernando Henrique Cardoso. É querer enganar o eleitorado, e negar as coisas boas que o Fernando fez pelo país.
–  Tinha que ter batido na tecla de que tudo o que o Lula fez de bom foi continuidade dos governos anteriores, do Fernando Henrique, do Itamar Franco e do Fernando Collor de Mello;
– Também errou no tom da propaganda. Começou tentando se confundir com o Lula, colocando o presidente no seu programa, e, agora, quando precisava bater, já não convencia mais;
–  Já seria difícil fazer oposição à candidata de um homem com a popularidade do presidente Lula. Mas o Serra ajudou a tornar as coisas mais difíceis;
– Na verdade, nós todos dos partidos de oposição tornamos tudo mais difícil; não soubemos fazer oposição nestes anos todos;
– Passamos os oito anos do governo Lula feito baratas tontas. Ora puxando o saco do governo, ora batendo a esmo;
– O pior é que não vejo no horizonte uma mudança muito próxima.

terça-feira, setembro 21, 2010

Desconstruindo o mito Serra

Talvez agora já não seja tão comum ouvir de alguém a declaração de voto em José Serra.
Se as pesquisas se confirmarem no dia 03 de outubro, o tucano obterá um resultado abaixo dos 30% de preferência do eleitorado para Presidente da República (pior do que o primeiro turno da eleição de 2002).
Mas, quando se ouvia alguém declarar voto em Serra, invariavelmente a justificativa apresentada era sua competência, seu alinhamento à esquerda do PSDB (será que existe esquerda nesse ninho?), sua capacidade de gestão, sua seriedade.
Sempre fiquei intrigado com isso. Tentava me recordar de algum fato político relevante, projeto, programa que pudessem confirmar todas essas qualidades... mas, nada que vinha da memória era significativo: presidente da comissão de privatização, ministro do planejamento; ou o que era significativo não era de sua autoria: genéricos, pograma saúde da família, SUS, FAT, etc.
A postagem que reproduzo aqui aumenta ainda mais a dúvida sobre o mito Serra.


Centrais acusam tucano de impostura e golpe contra trabalhadores

As centrais sindicais lançaram manifesto conjunto na última quarta-feira (7) onde alertam a população para que não se deixe enganar pelas mentiras veiculadas na rádio e na televisão por José Serra, candidato de Fernando Henrique e do PSDB à Presidência da República, a respeito de pretensas medidas que teria proposto em prol da classe trabalhadora. Serra age como um verdadeiro lobo vestido em pele de cordeiro.

Sob o título “Serra: impostura e golpe contra os trabalhadores”, CUT, Força Sindical, CTB, CGTB e Nova Central denunciam que “o candidato José Serra (PSDB) tem se apresentado como um benemérito dos trabalhadores, divulgando inclusive que é o responsável pela criação do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e por tirar do papel o Seguro-Desemprego. Não fez nenhuma coisa nem outra. Aliás, tanto no Congresso Nacional quanto no governo sua marca registrada foi atuar contra os trabalhadores”. De acordo com as centrais, “a mentira tem perna curta e os fatos desmascaram o tucano”.

Falsificando a história

A nota assinada pelos presidentes das centrais (Wagner Gomes, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil; Artur Henrique, da Central Única dos Trabalhadores; Miguel Torres, em exercício, da Força Sindical; Antonio Neto, da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil e José Calixto Ramos, da Nova Central Sindical dos Trabalhadores) ressalta é fundamental que a população seja bem informada a respeito dos fatos para que dimensione o tamanho da falsidade que vem sendo divulgada pelo PSDB.

“A verdade”, esclareceram, é que “o seguro-desemprego foi criado pelo decreto presidencial nº 2.284, de 10 de março de 1986, assinado pelo então presidente José Sarney. Sua regulamentação ocorreu em 30 de abril daquele ano, através do decreto nº 92.608, passando a ser concedido imediatamente aos trabalhadores”. Da mesma forma, “o FAT foi criado pelo Projeto de Lei nº 991, de 1988, de autoria do deputado Jorge Uequed (PMDB-RS). Um ano depois Serra apresentou um projeto sobre o FAT (nº 2.250/1989), que foi considerado prejudicado pelo plenário da Câmara dos Deputados, na sessão de 13 de dezembro de 1989, uma vez que o projeto de Jorge Uequed já havia sido aprovado”.

Reprovado pelo Diap


Na Assembleia Nacional Constituinte (1987/1988), o candidato tucano votou reiteradamente contra os trabalhadores, assinala o manifesto: “Serra não votou pela redução da jornada de trabalho para 40 horas; não votou pela garantia de aumento real do salário mínimo; não votou pelo abono de férias de 1/3 do salário; não votou para garantir 30 dias de aviso prévio; não votou pelo aviso prévio proporcional; não votou pela estabilidade do dirigente sindical; não votou pelo direito de greve; não votou pela licença paternidade; não votou pela nacionalização das reservas minerais”.

Por isso, conforme recordam os sindicalistas, José Serra foi reprovado pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), que conferiu aos parlamentares uma nota entre zero a dez de acordo com a posição assumida na votação dos temas de interesse da classe trabalhadora, em particular o capítulo sobre direitos sociais.

Serra, que a esta altura já tinha se bandeado para o lado da direita, teve nota 3,75 pelo desempenho na Constituinte. Vale lembrar que no primeiro turno da Constituinte, o atual candidato tucano tirou nota 2,50 e, no segundo turno, por se ausentar em várias votações em que havia votado contra, levou nota 5,0 – o que lhe elevou a média para 3,75.

Homem do capital financeiro

Já em 1994, diante da proposta de Revisão Constitucional, lembram as centrais, “Serra apresentou a proposta nº 16.643, para permitir a proliferação de vários sindicatos por empresa, cabendo ao patrão decidir com qual sindicato pretendia negociar. Ainda por essa proposta, os sindicatos deixariam de ser das categorias, mas apenas dos seus representados. O objetivo era óbvio: dividir e enfraquecer os trabalhadores e propiciar o lucro fácil das empresas. Os trabalhadores enfrentaram e derrotaram os ataques de Serra contra a sua organização, garantindo a manutenção de seus direitos previstos no artigo 8º da Constituição”.

Conforme o manifesto, “é por essas e outras que Serra, enquanto governador de São Paulo, reprimiu a borrachadas e gás lacrimogêneo os professores que estavam reivindicando melhores salários; jogou a tropa de choque contra a manifestação de policiais civis que reivindicavam aumento de salário, o menor salário do Brasil na categoria; arrochou o salário de todos os servidores públicos do Estado de São Paulo”.

“As Centrais Sindicais brasileiras estão unidas em torno de programa de desenvolvimento nacional aprovado na Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, em 1º de junho, com mais de 25 mil lideranças sindicais, contra o retrocesso e para garantir a continuidade do projeto que possibilitou o aumento real de 54% do salário mínimo nos últimos sete anos, a geração de 12 milhões de novos empregos com carteira assinada, que acabou com as privatizações, que descobriu o pré-sal e tirou mais de 30 milhões de brasileiros da rua da amargura”, conclui o documento assinado pela CUT, Força Sindical, CTB, Nova Central e CGTB.

Enfim, Serra é um homem do capital financeiro e, como tal, já se revelou inimigo da classe trabalhadora. Definitivamente não merece a confiança das centrais sindicais.

quarta-feira, junho 30, 2010

Soco de honra



Nos meus tempos de piá era comum tentar manter a honra da derrota numa briga com algum artifício retórico. Uns apareciam com olho roxo e negavam os fatos: "é que caí da bicicleta e bati o olho no guidão!" Outros mentiam descaradamente: "não apanhei não, fui eu quem bati. Só parei a briga porque não queria machucar ninguém!"
Havia, contudo, aqueles que tentavam manter a honra assumindo a derrota, mas querendo transformá-la numa vitória: "apanhar, apanhei. Mas 'di' um soco bem no zóio do lazarento!"

O comentário que reproduzo abaixo, direto do blog do Luis Nassif, lança mais uma hipótese para tentar solucionar a dúvida cultivada no post sobre o vice do Serra. Ganhar no Sul trata-se de garantir a honra da candidatura. É uma espécie de "soco no olho" que tentaria diminuir os estragos de uma derrota iminente e possivelmente acachapante no primeiro turno das eleições presidenciais.

O erro mais notável foi a escolha de Álvaro Dias, do Paraná, para candidato a vice – provocando uma crise insanável com o DEM.

Para Ricardo Guedes, do Sensus, só  há uma explicação para essa iprudência: a percepção, na campanha de Serra, de que o PSDB poderá perder o sul – fato inédito em campanhas eleitorais. A tática não seria mais a de angariar apoios – o que ocorreria com um candidato do nordeste – mas a de preservar a região.

O Sensus montou para vários clientes vários de discussão em São Paulo, Santa Catarina e Paraná. Nesses grupos, as pessoas são convidadas a dar nota de 0 a 10 aos candidatos tanto no início quanto no final das discussões. Em todos os grupos se observou tendência de crescimento de Dilma e de queda de Serra.



* Na fotografia do ex-Deputado Roberto Jefferson outro exemplo de manutenção da honra. O roxo no olho esquerdo, segundo o deputado,  foi resultado de uma estante que caiu sobre ele no dia anterior ao seu depoimento na CPI do mensalão.  Até então, eu não sabia que estantes tinham punhos de boxeador.