
5198-05 - | Profissional do sexo - Garota de programa , Garoto de programa , Meretriz , Messalina , Michê , Mulher da vida , Prostituta , Puta , Quenga , Rapariga , Trabalhador do sexo , Transexual (profissionais do sexo) , Travesti (profissionais do sexo) | ||
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Discutíamos ontem, um amigo e eu, sobre o perfil sócio-econômico de prostitutas no Brasil. Defendi que a maioria dessas mulheres eram paupérrimas ou pobres. Meu amigo defendeu que eram classe média. Apostamos um Luigi Bosca - Pinot Noir. Daí surgiu esse interesse estatístico a respeito do mundo do baixo meretrício.
A surpresa foi agradável. Encontrei uma rede de movimentos sociais envolvida com a questão da prostituição e muitas iniciativas transformadoras.
Comecemos pelos dados estatísticos que consegui coletar por meio do jornal Beijo na Rua.
"O retrato da prostituta brasileira
Pesquisa revela que a maioria das prostitutas tem de 20 a 29 anos, ganha até quatro salários mínimos e tenta esconder dos outros a profissão
A maioria das prostitutas do Brasil tem entre 20 e 29 anos, não completou o primeiro grau, ganha de um a quatro salários mínimos e está na profissão há menos de cinco anos. A maior parte trabalha na rua, em bares e boates, fazendo programas em hotéis. Na hora do sexo, 67 por cento usam preservativo com os clientes. Com o parceiro fixo, no entanto, só 20 por cento usam camisinha, número igual ao das mulheres de um modo geral. Quase metade das prostitutas (43 em cada 100) já fez exame para verificar se está infectada pelo vírus da aids, o HIV, enquanto só 20% da população brasileira se submeteram ao teste. O que chama a atenção é que as profissionais do sexo se preocupam mais em fazer o teste de HIV do que o exame ginecológico preventivo: só 40% se cuidam para evitar o câncer de colo de útero. No total, 6 em cada 100 mulheres tem o vírus HIV. Este número é menor do que o das prostitutas do Canadá (15%), Tailândia (19%) e China (10%). Mas é maior do que o número de profissionais infectadas na Índia (5%) e na Argentina (4%).
Esse perfil da prostituta brasileira é o resultado da primeira pesquisa nacional feita com a categoria profissional. Foram entrevistadas 3 mil mulheres nos estados do Maranhão, Paraíba e Sergipe (Região Nordeste), São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro (Sudeste) e Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Região Sul). O trabalho foi encomendado pela Coordenação Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde e realizado pela Universidade de Brasília, a UnB, em 2001-2002. Prostitutas e técnicos da Rede Brasileira de Profissionais do Sexo acompanharam tudo, para garantir os direitos das pesquisadas: entre eles estão o de receber tratamento, em caso de necessidade, e o de não ter os nomes divulgados. Foram comparados dois grupos de prostitutas: um, que não tem acesso a programas de prevenção de aids e outras doenças venéreas; e outro, de mulheres que participam de programas desse tipo, em geral promovidos por organizações não-governamentais (ONG). A pesquisa mostrou que o trabalho das ONG funciona: as meretrizes com acesso a projetos de prevenção usam mais o preservativo com clientes e parceiros e recorrem com maior freqüência a serviços de saúde, realizando exames preventivos e de aids em maior proporção. (para ler a matéria completa acesse o site Beijo na Rua)"
Não consegui localizar o relatório da pesquisa encomendada pelo DST/AIDS a UnB, mas penso que os dados já favorecem a defesa que fiz ontem. Pelo IBGE considera-se classe média a família que tem renda mensal, conforme o blog A Base da Pirâmide, entre R$ 1.100,00 e R$ 2.900,00.
Como a entrevista fora feita em 2002/2003 e o salário mínimo valia + ou - R$ 200,00, teríamos uma renda variando desse valor a R$ 800,00. Se utilizarmos o salário mínimo vigente os valores ficam entre R$ 410,00 e R$ 1.640,00. Somando o máximo e o mínimo temos R$ 1.025,00. Luigi Bosca aí vamos nós...
Vale a pena visitar os sites e blogues desse "meio prostituto".
http://www.daspu.com.br/ É a "grife" criada pela Rede de Prostitutas do Brasil e fez a Daslu disputar judicialmente a "marca".
Fórum Nacional de Entidades de Direitos Humanos. Tem uma matéria excelente sobre prostituição e violência.
ONG Da Vida - Davida é uma organização da sociedade civil, fundada no Rio de Janeiro em 1992, que promove a cidadania das prostitutas. Os principais instrumentos do Grupo Davida são ações nas áreas de educação, saúde, comunicação e cultura, de nível local e nacional.
Ministério do Trabalho - Classificação de Ocupação - profissionais do sexo.
DST/AIDS - Portal informativo sobre AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis.
(*) A imagem é do filme Cidade Baixa. Confira aqui um trailler.